Foi graças à minha investigação doutoral sobre as cerâmicas de mesa de verniz negro itálico encontradas em Portugal, geralmente conhecidas como “campanienses”, que conheci o CAM e as suas atividades. A minha ligação com este centro remonta a 2012-2013 quando comecei o estudo destas cerâmicas, ligação que nos anos a seguir tem vindo a intensificar-se no âmbito de outras colaborações de cariz científico.
O meu objetivo principal é o estudo dum importante contexto arqueológico exumado graças aos trabalhos do CAM para a ampliação da Biblioteca Municipal em 2005-2006 que é possível colocar cronologicamente no século II a.C.. A raridade deste tipo de contexto no território, português junto com a riqueza e quantidade de materiais exumados, tornam Mértola num centro de referência para qualquer estudo que queira abordar este período histórico no ocidente peninsular.
As ótimas condições profissionais (vários especialistas em diferentes setores) e logísticas que o CAM reúne, fazem com que a atividade de investigação se desenvolva num ambiente propício à troca de ideias e de informações, fatores que enriquecem qualquer tipo de trabalho que ali se execute.
As minhas estadias em Mértola, além desta vertente estritamente profissional, tornaram-se numa ocasião de entrelaçar a história local desta vila com aquela, geograficamente muito mais distante, que é a minha cidade natal italiana, Tursi, ambas ligadas por uma mesma herança cultural islâmica e ambas parte da minha experiência pessoal.