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Andreia Rodrigues

Estudante de doutoramento em Arqueologia na Universidade de Évora
Andreia Rodrigues

Dizem que quem vem a Mértola uma vez tem invariavelmente de voltar e assim aconteceu comigo. Foi em 2014 que tive a oportunidade de vir escavar com a equipa do Campo Arqueológico de Mértola (CAM) para a Alcáçova do Castelo, enquanto voluntária, e foi aqui que conheci pessoas verdadeiramente inspiradoras, dedicadas e apaixonadas pelo seu trabalho, que me marcaram profundamente e muito me ensinaram, como o Professor Cláudio Torres, a Tucha e a Clara.

Após esta experiência, haveria de voltar a Mértola e a contactar com a equipa do CAM em diferentes ocasiões e por diversos motivos. Seja para a frequência de cursos livres, para consultar obras na sua vasta biblioteca, ou para a participação em congressos, como comunicante. Aqui, sempre me senti muito bem acolhida.

Fora de Mértola, a situação não foi diferente e em 2019, no âmbito do projecto de investigação em arqueologia da Casa das Bicas/Banhos Islâmicos de Loulé também tive a possibilidade de contactar com elementos do Campo ao usufruir de uma bolsa de investigação onde pude colaborar nos trabalhos de escavação e tratamento de materiais, tendo aprendido muito com o Marco.

Mais recentemente, desde 2021, voltei a Mértola como bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia, no âmbito do projecto de doutoramento que me encontro a desenvolver, intitulado “As cerâmicas de transição dos séculos XIII a XV no Sul de Portugal”, orientado pela Professora Susana Gómez Martínez. Durante este tempo, para além de ter estudado materiais que irei incluir na tese que me encontro a realizar, também tive a possibilidade de colaborar nas diferentes acções que a instituição ia desenvolvendo, quer nas actividades educativas com as crianças, quer nos projectos e congressos que foram organizados.

No decurso deste trajecto, que é por força das circunstâncias muito solitário, foi essencial o apoio, o companheirismo e a amizade da Clara, do Marco, da Tucha, da Susana, do Virgílio, da Rita e da Sandra, que procuraram sempre encorajar-me e mostrar-me coisas novas, desde a arqueologia, passando pelo território e culminando na gastronomia, a partilha foi intensa e muito proveitosa. As pessoas que conheci e o que aqui aprendi ultrapassa em grande medida o saber que vem nos livros e sei que saio daqui muito mais rica. Mértola e a equipa do Campo Arqueológico foram e são para mim o espaço que mais me permitiu crescer e evoluir, porque mais do que os ensinamentos que me transmitiram sei que levo comigo Amigos e por isso, a todos, o meu “Muito obrigado”.