
Mértola sempre foi um lugar que me fascinou. Não apenas pela sua riqueza a nível arqueológico e patrimonial, mas também pelo encanto da própria vila tão bem enquadrada pelo Guadiana e pela serra que a rodeia, e que muitas semelhanças tem com a sua vizinha algarvia, a Serra do Caldeirão, que me é bastante familiar.
Agora, enquanto bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia, tive a oportunidade de passar algum tempo em Mértola e, naturalmente, no Campo Arqueológico. Durante o tempo que aqui estive dediquei-me ao estudo da terra sigillata proveniente das escavações da Casa Cor-de-Rosa, que constitui uma parte fundamental do meu projeto de doutoramento, uma vez que se pretende analisar os ritmos de importação e consumo deste tipo de cerâmica na envolvente do Guadiana.
Esta foi a primeira vez que colaborei com o CAM, e a experiência revelou-se extremamente gratificante. O apoio desta instituição foi fundamental para conseguir desenvolver o meu trabalho e, além disso, tive ainda o “bónus” de ficar a conhecer a equipa que ali trabalha, cuja dedicação, profissionalismo e amizade tornaram a minha experiência ainda mais enriquecedora. Deixo o meu agradecimento ao Virgílio Lopes, à Susana Gómez Martínez, ao Marco Fernandes e à Maria de Fátima Palma, por terem disponibilizado para a minha investigação os materiais e a documentação da escavação que dirigiram, e também à Clara Rodrigues e à Rita Castilho, que, juntamente com os anteriores, tão bem me receberam tanto no seu local de trabalho como na sua vila.
Mértola continua a fascinar-me. Agora ainda mais, graças a esta equipa que me integrou desde o primeiro dia e que me apresentou a vila e as suas pessoas, enriquecendo profundamente a minha experiência.